As últimas lágrimas do ano

Sempre vem a mente uma frase de uma música do Paralamas do Sucesso, e sempre fico devaneando sobre o segundo fatídico e como esse um segundo mudaria radicalmente as coisas.

Uma das minhas maiores frustrações, tristezas e todos sentimentos ruins cabíveis, sempre foi o fato das pessoas simplesmente não me enxergarem; sempre fui vista como alguém que não sou, julgada, interpretada, tachada e sempre me flagelei por me culpar e acreditar que tão só eu mostro uma figura totalmente errônea, ou talvez, seja realmente um poço de ruindade e fico tentando me enganar a todo custo. Mas o que mais dói e sempre vai doer, é ver que quem me gerou, me deu vida e me criou tem a visão distorcida de mim.

Essa madrugada foi palco de mais uma (das milhares acontecidas esse ano)  e talvez a mais violenta evisceração de mim. Ironia foi ter acabado de criar um post sobre gratidão, como alguém que beijou o chão e acabara de se levantar com o alívio de quem acredita ter vencido uma dura etapa...

Nessa madrugada, fui acometida por um descontrole tão intenso, que gerou feridas em todo meu braço (talvez nunca tenha contado para ninguém sobre a prática de auto-laceração), a preparação de um efetivo suicídio e a dor, tristeza, sensação de perda mais alucinante que já tive em longos, dolorosos, tristes e fúteis 24 anos e meio.

Como maior exercício de paciência EVER, tenho que esperar um resultado que só sai em 17/Jan/2013 e tão só a partir dessa certeza poderei traçar um rumo para mim. Os mais longos 18 dias da minha vida. 

Não suporto essa incerteza, o fato de contar com possibilidades, depender de outras pessoas, precisar de pessoas (ainda que meus genitores), esperar...

2012 se despede debaixo de MUITAS lágrimas e uma batalha interna sanguinolenta valendo a pessoa que a Ana Lígia vai ser a partir de 2013.

Que 2013 seja generoso e que eu possa finalmente encontrar meu caminho. Se ninguém é capaz de me ver como sou, que minha caminhada seja solitária, mas feliz.   

Trilha Sonora